O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento com alto índice de prevalência na infância. Alguns autores também se referem a ele por transtorno neurobiológico ou síndrome psiquiátrica. O TDAH muitas vezes persiste, com prejuízos importantes, não só na adolescência como também na idade adulta. Sua etiologia é multifatorial e envolve fatores genéticos e ambientais. Os critérios diagnósticos são claros e estão bem definidos no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5.ª edição) com o código 314.0 / 314.01. No CID-10 (Código Internacional de Doenças), recebe o nome de Transtorno Hipercinético – F90.0 / F90.1.
O diagnóstico de TDAH deve ser efetuado por médico especializado, sendo fundamentalmente clínico, ou seja, não existe nenhum exame laboratorial conclusivo para se chegar a ele. Pode, ainda, ser classificado como Leve/Moderado ou Grave.
Os sintomas, relatados pelos responsáveis, devem estar presentes por mais de seis meses e em mais de um ambiente frequentado pela criança. A idade do aparecimento desses sintomas deve ser anterior aos 12 anos e devem ser nitidamente exacerbados em relação ao comportamento esperado para a idade cronológica atual. Os sintomas devem causar prejuízos evidentes ao seu funcionamento social, familiar, ocupacional e/ou acadêmico. Escalas padronizadas e especializadas são utilizadas no processo diagnóstico e fornecem dados importantes sobre a apresentação clínica do transtorno, que pode estar caracterizada por sintomas que revelam o funcionamento do sujeito com predominância de comportamentos mais relacionados à desatenção, à hiperatividade/impulsividade ou uma apresentação combinada.
A apresentação dos sintomas se diferencia conforme o estágio do desenvolvimento do transtorno, podendo se apresentar diferente na infância, na adolescência e na idade adulta de um mesmo indivíduo. Assim, não existe mais a ideia de um diagnóstico estático em sua apresentação clínica. É comum encontrarmos, na idade pré-escolar, mais sintomas de hiperatividade/ impulsividade do que sintomas de desatenção. A hiperatividade costuma diminuir na adolescência, permanecendo, de forma mais evidente, os sintomas de desatenção e de impulsividade. Também se observa a prevalência dos sintomas de hiperatividade nos meninos e dos sintomas de desatenção nas meninas.
Pesquisas mostram uma alta taxa de comorbidade (presença de uma ou mais doenças em simultâneo no mesmo individuo) entre o TDAH e os Transtornos Disruptivos do Comportamento: Transtorno de Conduta e Transtorno Opositor Desafiador. Além disso, atualmente, o diagnóstico de TDAH pode também ser efetuado em paralelo ao diagnóstico de Autismo. Porém, é fundamental se fazer um diagnóstico diferencial com outros Transtornos Mentais (como a Depressão, Transtorno de Ansiedade, Transtorno de Humor, Transtorno de Personalidade, Transtorno Dissociativo). Avaliações psicológicas e testes neuropsicológicos são complementares ao relato familiar e podem auxiliar o médico, não só no diagnóstico assertivo como na orientação das terapêuticas necessárias.
A terapêutica deve ser indicada de acordo com cada caso, porém estudos comprovam que a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é a que traz melhores resultados comprovados. Terapia Familiar, orientação e intervenção escolar, com apoio de profissionais como psicopedagogos e pedagogos, também são fundamentais para minimizar os prejuízos, pois trazem, àqueles ao redor, melhor compreensão acerca do funcionamento do sujeito, sendo mais fácil e eficientes as intervenções necessárias. O objetivo maior das terapias e intervenções é fornecer ao sujeito (criança, adolescente ou adulto) consciência dos seus sintomas, além de técnicas e recursos que auxiliem na manutenção e ajustes comportamentais adequados, diminuindo o seu nível de prejuízo.
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