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BULLYING – Parte 2

OLÁ AMIGOS!

Afinal, quem são os personagens envolvidos com o comportamento bullying nas escolas?

O bullying está relacionado a comportamentos agressivos e hostis de alunos que se julgam superiores aos outros colegas, acreditam na impunidade de seus atos dentro da escola e muitas vezes são pertencentes a famílias desestruturadas, convivendo com pais opressores, agressivos e violentos. Transtornos comportamentais como o transtorno desafiador opositivo, o transtorno de conduta e o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade são comumente associados aos autores de bullying.

Quem executa os atos de bullying deseja controlar e dominar outros estudantes e com frequência foram ou são vítimas de abuso físico de seus pais ou familiares. Muitas vezes estão envolvidos com atos de delinquenciais, apresentam sintomas de conduta e podem fazer uso abusivo de álcool e drogas. Na idade adulta podem se tornar pais agressivos, violentos e virem a repetir tais comportamentos com os próprios filhos ou com colegas de trabalho.

Os alvos de bullying normalmente são jovens tímidos, quietos, inseguros, pouco habilidosos socialmente, possuem poucos amigos, são facilmente intimidados e incapazes de reagir aos atos de agressividade. Frequentemente são fisicamente fracos e menores que os agressores, mais jovens e, desta forma, apresentam dificuldade em se defender das agressões. Alunos novos na escola, vindos de outras localidades e de diferentes religiões são comumente vítimas de bullying. Em alguns casos estes jovens podem apresentar transtornos comportamentais associados como fobia social, depressão ou transtornos invasivos do desenvolvimento, como o autismo infantil e a síndrome de Asperger.

Grande parte das vítimas não busca ajuda por medo de seus agressores. Além disso, a maioria das agressões ocorre frequentemente dentro da sala de aula, na presença de professores que muitas vezes minimizam, ridicularizam e subestimam o problema, não tomando nenhuma atitude.

Não são apenas os alvos que sofrem com o bullying. As testemunhas desse comportamento agressivo, jovens que presenciam as agressões aos colegas, vivem também em constante medo de se tornarem as próximas vítimas. O ambiente escolar torna-se hostil, motivo de medo e insegurança para todos.

Crianças e jovens vítimas de bullying experimentam grande sofrimento que pode interferir intensamente em seu desenvolvimento social, emocional e em sua performance escolar. As principais consequências às vítimas são: baixa autoestima, queda do rendimento escolar, resistência ou recusa em ir à escola, troca frequente de colégio e abandono dos estudos. Episódios depressivos e quadros de fobia escolar podem ser desencadeados como resultado das agressões vividas e podem ocorrer tentativas de suicídio.

Em abril de 2011, o termo bullying ganhou grande notoriedade após o chamado “Massacre de Realengo”. Wellington Menezes de Oliveira, um jovem de 23 anos de idade, invadiu fortemente armado sua antiga escola, a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro e assassinou 11 estudantes. Ele cometeu suicídio no mesmo local após ser abordado por um policial militar que interrompeu a violência do ex-aluno.

As investigações policiais descobriram que Wellington planejou o massacre por meses e que justificou seu ato através de cartas e vídeos em que referia ter sido vítima de bullying no passado. O massacre seria um repúdio aos seus agressores nos tempos de escola.

Segundo as mesmas investigações, Wellington possivelmente sofria de esquizofrenia, um quadro psiquiátrico grave em que o paciente tem alucinações e delírios. Aparentemente, as agressões sofridas durante o período escolar poderiam ter funcionado como um dos gatilhos ambientais dessa grave doença de origem genética, pois todo o conteúdo delirante de seu pensamento estava estruturado em torno da temática escolar e ligado ao comportamento bullying sofrido durante sua infância.

Wellington repetiu um padrão de comportamento semelhante ao dos jovens americanos Eric Harris e Dylan Klebold, que em 1999 invadiram armados a Columbine High School, em Littleton, estado do Colorado. Cometeram suicídio na cafeteria da escola após matar 12 alunos, um professor e ferir dezenas de estudantes. As investigações da época também concluíram que os estudantes apresentavam sinais de doença mental, além de terem sido vítimas de bullying nessa escola em que estudavam.

Na próxima semana debaterei sobre as intervenções preventivas no bullying.

SAÚDE MENTAL NAS ESCOLAS!

Dr. Gustavo Teixeira
Autor do MANUAL DOS TRANSTORNOS ESCOLARES (Ed. Best Seller)
Professor Visitante do Department of Special Education – Bridgewater State University
Mestre em Educação – Framingham State University

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