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Deficiência Intelectual – Parte 5

A psicoeducação na deficiência intelectual é essencial, conscientizando e informando pais, familiares e educadores sobre o diagnóstico e estratégias de tratamento. Isso ajudará na diminuição do preconceito, evitando a estigmatização do problema e servirá de incentivo na luta por qualidade de vida e pelo crescimento e aprendizagem da criança ou adolescente. Esse trabalho pode envolver também a ajuda no suporte emocional de pais e cuidadores.

Gostaria de ressaltar que o tratamento envolve um trabalho interdisciplinar e dependendo das dificuldades e necessidades especiais da criança poderá envolver diversos profissionais, como: médico, fonoaudiólogo, psicólogo cognitivo-comportamental, terapeuta ocupacional, profissional de educação física, psicopedagogo, mediadores escolares e professores treinados.

Pacientes com deficiência intelectual leve e moderada podem beneficiar-se de técnicas comportamentais, principalmente no trabalho de habilidades sociais. A melhoria na socialização através de estímulos aos comportamentos aceitáveis e desestímulos às ações indesejadas pode ser enfatizada e proporcionar ótimos resultados. Esse trabalho comportamental envolve a utilização de técnicas de reforço positivo, economia de fichas, treinamento de estratégias de vida diária, estabelecimento de rotinas e regras que ajudam na estruturação e organização da vida do paciente.

A terapia familiar, o acompanhamento e treinamento de pais, cuidadores e educadores são estratégias essenciais para auxiliar no tratamento. Muitas vezes os pais são tomados por sentimentos de culpa e impotência perante o diagnóstico. Entretanto, o trabalho de ensinar e estimular seus filhos na aprendizagem de um ofício ou profissão, por exemplo, nos casos de retardo mental leve; o ensinamento aos cuidados com higiene pessoal na deficiência intelectual moderada, por exemplo, pode ser importante e estimulante para a melhoria da autoestima e da interação social de toda a família.

Uma vez que o diagnóstico de deficiência intelectual não tem cura, deve ser realizado um trabalho educacional intensivo com essa criança e a estimulação deve ocorrer sempre. O objetivo final do tratamento é a melhoria das relações pessoais desse jovem com seus familiares e a busca de qualidade de vida a todos.

No Brasil, algumas instituições como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) realizam um belíssimo trabalho no diagnóstico e tratamento da deficiência intelectual através de serviços de saúde, educação e assistência social.

A APAE foi fundada por pais de crianças com deficiência intelectual em 1954 no Rio de Janeiro, está presente em mais de 2.000 municípios país afora e representa a maior instituição brasileira de atenção à pessoa com deficiência intelectual.

Alguns bons filmes podem ajudar no conhecimento e na desmistificação da deficiência intelectual. Na minha opinião, dois deles merecem destaque, pois ilustram a importância do respeito, do combate ao preconceito, da inclusão social, do auxílio e da capacidade de superar dificuldades: Uma lição de amor (2001) e Meu nome é Radio (2003).

Dr. Gustavo Teixeira
Psiquiatria da infância e adolescência
Professor visitante do Depto. de Educação Especial – Bridgewater State University
Mestre em Educação – Framingham State University
Autor do MANUAL DOS TRANSTORNOS ESCOLARES (Ed. Best Seller)
Contato:www.comportamentoinfantil.com

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