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Transtorno de Tiques: o que fazer?

Frequentemente, os jovens acometidos pelos tiques estão muito ansiosos, apresentando sentimentos de culpa e baixa autoestima. O suporte emocional à criança ou adolescente e orientação familiar serão fundamentais para reduzir o estresse e a ansiedade que estão constantemente presentes.

O trabalho educativo com informação a respeito do transtorno deve ser o primeiro passo no tratamento. Informar a criança, seus familiares e professores sobre as características do problema, estratégias de tratamento e o prognóstico podem ajudar a desmistificar e diminuir o preconceito relacionado com os tiques.

A psicoeducação escolar será fundamental para o sucesso terapêutico. Me lembro de um vídeo fantástico realizado em parceria entre a Associação Americana de Síndrome de Tourette e o canal de televisão a cabo HBO. Nesse vídeo psicoeducacional, diversas crianças portadoras da síndrome de Tourette dão seus depoimentos sobre o transtorno. Em um determinado momento do vídeo, uma criança portadora da síndrome de Tourette oferece uma “aulinha” sobre seu problema aos seus colegas de sala de aula e à professora.

Esse trabalho informativo aos professores, funcionários e demais alunos ajuda na diminuição do preconceito, aumenta a aceitação e entendimento do problema, diminuindo o bullying que comumente prejudica esses portadores e, assim, pode ser muito útil na melhoria da autoestima e no funcionamento social dessas crianças e adolescentes com transtornos de tiques.

Destaco novamente o trabalho da ASTOC (Associação Brasileira da Síndrome de Tourette, tiques e transtorno obsessivo compulsivo), uma instituição sem fins lucrativos que oferece apoio e informação psicoeducacional, promove debates, encontros, palestras e suporte emocional para pais, amigos e portadores de transtornos de tiques e de transtorno obsessivo compulsivo.

Outra estratégia importante de intervenção é a terapia cognitivo-comportamental. Ela auxilia no manejo dos tiques e ajuda na redução do estresse e na diminuição dos conflitos familiares presentes.

As medicações são sempre indicadas quando há dificuldade no manejo dos tiques, desconforto físico, estigmatização, exclusão social e significativa interferência no desempenho escolar. Os medicamentos mais utilizados são os neurolépticos (risperidona, quetiapina, haloperidol) e os agonistas adrenérgicos (clonidina e guanfacina), que têm como objetivo a diminuição dos tiques. Outros medicamentos podem ser utilizados com a intenção de reduzir os sintomas ansiosos como os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (sertralina, paroxetina, venlafaxina, citalopram e escitalopram).

Condições associadas como o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e outros transtornos ansiosos também devem ser tratados simultaneamente. A diminuição dos tiques, a recuperação de sua autoestima, a melhoria da qualidade de vida e das relações sociais em casa e na escola são os principais objetivos do tratamento.

 

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