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E o sonho vira realidade!

denise-aragão

 

É hoje!

Coração aos pulos, sobressaltado de alegria! Frio na barriga, olhos cheios d’água, sorriso no rosto, cá estou eu comemorando meu 44º aniversário de uma forma muito especial: lanço hoje meu primeiro livro, um grande e maravilhoso presente de aniversário.

Devo confessar a vocês que jamais sonhei em escrever um livro – pelo menos até começar a escrever neste blog. E hoje, apenas hoje, peço permissão para fugir um pouco da temática deste blog e contar um pouco de minha história.

Desde garota, escrever sempre foi a forma que encontrei para expressar minhas emoções, fossem estas positivas ou não. Meu primeiro contato com a escrita veio aos 8 anos de idade, quando “criei” um jornalzinho na escola. Amei escrever! Foi amor à primeira vista! Desde então, nunca mais abandonei a escrita.

A grande verdade é que a veia jornalística já pulsava forte e incontrolável dentro de mim, muito embora eu ainda não me desse conta disso. Portanto, desde muito cedo, a leitura e a escrita foram minhas parceiras inseparáveis, companheiras com as quais eu podia contar em todos os momentos.

Nos anos oitenta, era comum que meninas e adolescentes tivessem diários, pequenos confidentes de seu mundo. Ao contrário das outras meninas de minha idade, eu não tinha um diário. Eu tinha VÁRIOS diários por ano, companheiros inseparáveis com os quais partilhava toda a minha vida.

No Ensino Médio, não deu outra: todos os testes vocacionais (nesta época, as escolas ofereciam testes vocacionais que objetivavam mapear as aptidões dos alunos, auxiliando assim na escolha da profissão) que fiz apontaram para Comunicação Social. Ao meu pai, que sonhava com a filha advogada, não restou outra opção senão apoiar o meu sonho…

O mundo deu voltas, a vida seguiu. A vida! Este fenômeno irrequieto, inconstante, imprevisível e, ao mesmo tempo, apaixonante, denominado VIDA, inúmeras vezes ignora os planos que fazemos e nos coloca em outros trajetos, caminhos que desconhecemos, jornadas inesperadas para as quais quase nunca estamos preparados.

E foi assim. O autismo entrou em nossas vidas, nos virou do avesso e retirou o nosso chão. Em um piscar de olhos eu tinha um filho de 3 anos de idade diagnosticado com uma condição sobre a qual eu conhecia muito pouco a respeito e um futuro incerto pela frente.

Ah! E quando esta dor visceral se abateu sobre mim, foi “ela” quem me ofereceu acolhida. Foi nos braços da escrita que encontrei conforto e consolo. Perdi a conta das lágrimas que deixei rolar por cima de folhas e folhas manuscritas.

Quando em 2013 surgiu o convite para escrever uma coluna neste Blog, fiquei apreensiva e insegura; afinal, quem escreveria os textos não seria a Denise profissional.  Entraria em cena a Denise mãe, aquela que apenas sabe escrever com o coração.

Será que as leitoras gostariam destes textos que eu escrevia apenas para mim? Textos que escrevia para desabafar e me consolar nos momentos difíceis? Relatos recheados de emoção, vibrando com as vitórias alcançadas?

E a única forma de conhecer as respostas para estas perguntas era aceitando o convite. Foi o que fiz. Para minha surpresa, o retorno foi muito positivo. Mal pude acreditar na repercussão alcançada por muitos destes textos!

Em janeiro de 2015 comecei a receber sugestões para que eu escrevesse um livro. No início, imaginei que as pessoas pudessem estar sendo apenas gentis. Com o decorrer do tempo, percebi que estas sugestões eram muito mais do que apenas gentileza: as leitoras realmente gostavam do que eu escrevia!

E então, o “bichinho” da vontade de escrever o livro ficou dentro de mim. Foram vocês que despertaram em mim este desejo! Levei cerca de um ano e meio até realizar este sonho, mas consegui!

Agradeço as centenas de relatos e depoimentos enviados; da mesma forma, agradeço pelas inúmeras vezes em que me telefonaram e dividiram comigo um pouco de suas dores, suas alegrias e seus anseios.

Vocês não têm ideia da felicidade que sinto cada vez que uma de vocês comenta que viu sua história retratada em um post ou se reconheceu nas estórias que criei.

E hoje, nada mais justo do que dividir com vocês esta alegria imensa que estou sentindo!

Gostaria, sinceramente, de poder abraçar cada uma de vocês e dizer o quanto sou grata por essa nossa convivência de quase 4 anos. Vocês não apenas aceitaram meu convite para entrar em minha vida como também me permitiram conhecer suas emoções.

E agora, justamente agora, as palavras, sempre tão presentes em minha vida, somem, me abandonam e não encontro nada melhor para dizer do que: MUITO OBRIGADA!

Denise Aragão

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