O Transtorno do Déficit de Atenção, Concentração e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neuropsiquiátricas mais prevalentes da infância, sendo responsável por significativo impacto escolar e social. Evidências científicas documentadas por estudos experimentais em modelos animais, estudos em seres humanos, utilizando técnicas de neuroimagem, junto a estudos de resposta clínica e farmacológica, demonstram que disfunções envolvendo neurotransmissores como a dopamina, a norepinefrina e a serotonina, estão presentes nestes indivíduos. Deste modo, alterações nos centros cerebrais de controle da atenção, do controle dos impulsos e nos centros de recompensa fazem parte da fisiopatologia básica do TDAH.
Pesquisas básicas também sugerem que o TDAH esteja relacionado a alterações genéticas que determinam o funcionamento das proteínas transportadoras de dopamina (DAT1) no núcleo estriado e dos receptores de dopamina (DRD4) nas porções anteriores do córtex pré-frontal. Alterações envolvendo estes neurotransmissores e receptores terão grande impacto sobre diversos fenômenos cognitivos, como planejamento, organização e funções executivas.
Há muito tempo, profissionais que interagem com crianças com TDAH percebem que a prática regular de atividades físicas (AF) tem impacto sobre os rendimentos escolar e comportamental destas crianças. Mais recentemente, diversas pesquisas vêm corroborando esta tese de forma clara e objetiva.
Desde o início da década de 1980, estudos publicados pela Associação Americana de Psicologia começaram a sugerir que a prática regular de AF poderia impactar positivamente nos desempenhos escolar e social. Com a evolução da neurociência e da ciência do esporte, muitas pesquisas demonstram que AF não podem ser consideradas como uma modalidade de tratamento de forma isolada para crianças com TDAH, mas que contribuem de modo significativo quando associadas às terapias comportamentais e farmacológicas. Estudos apontam, ainda, que o risco de obesidade e sobrepeso em adultos que tiveram diagnóstico de TDAH na infância pode ser o dobro, quando comparado ao de adultos sem nenhum diagnóstico neuropsiquiátrico. Assim, a prática de exercícios regulares também é fundamental para a redução dos riscos metabólicos decorrentes da obesidade.
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