A Psicomotricidade apresenta-se como alternativa não invasiva de minimizar alguns prejuízos sensório-motor nas crianças e adolescentes com TEA. Esse texto tem como objetivo identificar alguns benefícios em diferentes aspectos da estimulação psicomotora gerando uma interface com a terapia ocupacional que utiliza o método de integração sensorial.
A Psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática do movimento em todas as etapas da vida da criança/adolescente. É através das atividades que as crianças/adolescentes, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. A Psicomotricidade nada mais é do que se relacionar através da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, o ser mente, o ser espírito, o ser natureza e o ser sociedade.
As crianças reconhecem o mundo através do corpo e é por meio dele que elas experimentam sensações e demonstram seus sentimentos. Assim, é preciso que todas as variáveis relacionadas estejam adequadas para que a criança possa vivenciar de forma correta as percepções e responder aos estímulos que lhe forem dados, favorecendo a integração sensorial e a capacidade de interagir com o meio que a cerca. Dessa forma, considera-se que os elementos da psicomotricidade, quando estimulados desde cedo, trazem um desenvolvimento mais saudável, reduzindo os obstáculos encontrados no desenvolvimento, potencializando melhorias no processo de aprendizagem (KAMILA, et. al. 2010).
A Psicomotricidade atua em diferentes aspectos, dentre eles: sensoriais, comportamentais, sociais, emocionais, na linguagem e na comunicação. No texto em questão abordaremos os aspectos da estimulação sensorial.
O trabalho psicomotor tem ação direta no processo de estimulação sensorial que diferencia da intervenção da Terapia Ocupacional em integração sensorial. A estimulação sensorial atua na descoberta de novas possibilidades através de objetos com diferentes tamanhos, pesos, texturas, diferentes formas de locomoção (em diferentes níveis). Através da prática busca-se proporcionar descobertas a partir da percepção do desejo da criança/adolescente. Podemos citar alguns resultados observados como: melhoria nos aspectos comportamentais, melhor aceitação do toque, aceitação de novos estímulos, aceitação de brincadeiras adequadas, vivências com novos estímulos (água, areia…).
Uma das bases da integração sensorial considera que, quando se promovem experiências sensoriais, através de atividades significativas e dirigidas especificamente para o indivíduo, promove-se também o planejamento motor e reações adaptativas, favorecendo a capacidade de processamento sensorial e conduzindo a uma potencialização da aprendizagem e melhoria do comportamento (Fisher & Murray, 1991).
Dentre algumas estratégias para se trabalhar o desenvolvimento global, está a intervenção psicomotora, auxiliando no desenvolvimento, ampliando seu repertorio motor/sensitivo e proporcionando diferentes possibilidades a serem vivenciadas de forma planejada, possibilitando assim compreender as próprias sensações.
O Planejamento das atividades é elaborado buscando estimular a criança/adolescente de forma integral de acordo com a particularidade de cada um. As intervenções lúdicas são excelentes nesse processo, pois favorecem a ampliação do repertório sensório- motor.
Bibliografia
Fisher, A., Murray, E., & Bundy, A. (1991) sensory integration: Theory and practice. Philadelphia: F.A. Davis.
RAMOS, Camila; FERNANDES, Marcela. A importância de desenvolver a psicomotricidade na infância. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, n. 153, fev. 2011. Disponível em: . Acesso em: 07 março. 2016.
Sheilla Antonelli
Cref 3894
Educador Físico / Psicomotricista.
Aline Rodrigues Mercier Moraes Costa
Crefito2 7421- TO
Terapeuta Ocupacional.
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