O corpo humano produz diferentes tipos de células, a maioria delas com funções já definidas. As stem cells são células diferenciadas pela capacidade de fornecer novas células para o corpo à medida que as células especializadas são danificadas ou perdidas. Essas células conseguem exercer essa função pela capacidade de dividir-se e produzir novas células especializadas.
As pesquisas envolvendo as stem cell – ou células tronco – estão avançando e atualmente representam uma das áreas mais promissoras em diferentes setores de investigação científica. As pesquisas com essas células podem ajudar a entender a biologia básica dos seres vivos, como, por exemplo, o funcionamento de determinadas células durante uma doença.
Sabe-se que fatores genéticos e ambientais estão relacionados com o TEA. Além disso, estudos mostram que no TEA, desde os primeiros estágios de desenvolvimento celular, pode haver interrupções da proliferação e diferenciação celular, o que leva a uma série de eventos sequenciais, como a migração neural, desorganização laminar, maturação alterada dos neurônios e funcionamento reduzido da rede neural.
As células-tronco são estudadas como uma opção de tratamento para desordens neurológicas pela sua alta capacidade regenerativa. Os modelos animais de TEA são um importante recurso para a utilização dessa tecnologia, visto que esses modelos conseguem reproduzir determinados déficits comportamentais presentes nos pacientes com TEA. Estudo recente com um modelo animal BTBR demonstrou uma diminuição na rigidez comportamental e uma melhora no comportamento social após a introdução dessas células como tratamento.
Além da terapia com células-tronco, é uma ferramenta valiosa a ser estudada para o tratamento do TEA, visto que também oferecem a possibilidade de um estudo aprofundado da patologia dessa desordem. Estudos com roedores durante o período de gestação refletiu que as alterações imunes durante a vida materna podem conferir alterações na linhagem de células-tronco durante toda a vida da prole.
Os ensaios clínicos sobre esses tratamentos em paciente com TEA são de vital importância para validar a segurança (primeira etapa) e a eficácia da terapia celular (etapas posteriores). A ética nos tratamentos com células-tronco, assim como no tratamento do TEA, requer atenção especial. Os mecanismos pelos quais o transplante de stem cells leva a uma recuperação funcional aprimorada e à reorganização estrutural precisam ser melhor elucidados; estudos in vivo devem fornecer resultados definitivos sobre o mecanismo de ação das células-tronco.
Siniscalco D, Kannan S, Semprún-Hernández N, Eshraghi AA, Brigida AL, Antonucci N. Stem cell therapy in autism: recent insights. Stem Cells Cloning. 2018;11:55–67. Published 2018 Oct 23. doi:10.2147/SCCAA.S155410
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