Parte I – Reforçadores
Nesta primeira parte do texto sobre Reforçadores, o tema será abordado de uma maneira geral. Na segunda etapa, vamos falar especificamente sobre Reforçadores Alimentícios.
O Estímulo Reforçador é uma mudança no ambiente que ocorre junto ou depois da resposta. Adicionalmente, faz parte do reforçador a mudança que ele gera na reposta ao estímulo. De maneira simples, podemos dizer que o reforço é uma força extra para alcançar o objetivo.
Antes da inclusão de um reforçador na terapia ou na rotina dos pacientes, é de extrema importância a identificação e avaliação dos potenciais reforçadores. A avaliação do que pode ser um reforçador deve ser realizada de forma individualizada, para cada paciente, e reavaliada de forma constante. Isso mesmo: o reforçador pode e deve ser modificado quando necessário. Além disso, é importante lembrar que o que é reforçador para um pode não ser para outro, por isso eles não devem ser generalizados a todos os pacientes.
O reforçador é definido de acordo com a frequência de resposta que ele gera, entretanto, o que deve ser discutido e pensando de forma ampla não é apenas este número absoluto de respostas geradas, mas também o quanto incluir este reforçador faz sentido para a evolução e rotina do paciente. Por exemplo: atualmente, está comprovado que a idade de exposição às telas (televisão, celular, tablets) afeta o desenvolvimento de crianças, bem como o tempo de exposição a esses dispositivos. Quando as telas são usadas como reforçadores, é imprescindível lembrar que a exposição aumenta e, ainda, cria-se uma associação de que essa tela é um reforço positivo às conquistas ou respostas expressas pelo paciente – podemos pensar juntos o quanto e por quanto tempo esse reforçador será consistente.
Um dos principais reforços são os sociais. Acredita-se que esse tipo de reforço é o mais próximo das habilidades de sociabilização e desenvolvimento da cognição, pois são considerados reforçadores naturais, ou seja, aqueles que são inerentes às respostas do indivíduo, diferentemente dos reforçadores extrínsecos, que são disponibilizados artificialmente, como consequência de determinadas respostas. Os reforços sociais, muitas vezes, não são incluídos nas primeiras etapas de tratamento, mas é de extrema importância que terapeutas e família, em conjunto, planejem a inclusão dessa classe de reforçadores.
Fica a dica: converse com o terapeuta do seu filho sobre qual a avaliação e planejamento sobre os reforçadores!
Referências:
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