O mundo acadêmico está cada vez mais aberto aos pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Universidades com novos protocolos e profissionais capacitados para inclusão desses alunos. Um recente estudo publicado no Journal of Autism Developmental Disorder descreveu uma ferramenta online que avaliou o suporte social que pacientes com TEA recebem nessa fase da vida e como eles percebem essa rede de apoio nessa fase.
Nenhum indivíduo é completamente preparado para o convívio social, especialmente em situações novas e desafiadoras. Momentos de transição, como troca de emprego, troca escola ou até a troca de localização geográfica, precisam do apoio de uma rede social. Um bom suporte social facilita para uma melhor adaptação e definição da nova rotina.
Estudos descrevem que um bom suporte social no início da vida acadêmica relaciona-se positivamente com melhor desempenho acadêmico e maior satisfação com a vida pessoal. Bem como, estudantes que tiveram um suporte emocional, de familiares ou não, apresentaram menores prevalências de depressão.
Para pacientes com TEA, essa nova etapa pode significar um aumento de ansiedade e maior resiliência em incluir novos membros em uma rede de sociabilização. A criação de ‘mapas sociais’ dentro da sala de aula ou da universidade, de maneira geral, muitas vezes, não inclui os alunos com TEA pelas dificuldades de sociabilização que eles podem apresentar. Com o passar do tempo, essas dificuldades podem refletir na motivação em continuar um curso ou no desempenho acadêmico, por exemplo. Apesar de um alto percentual de pacientes com TEA apresentarem um QI acima da média, nos Estados Unidos apenas 38% dos alunos com TEA concluem os estudos de nível superior. Além disso, eles enfrentam dificuldade em participar de atividades extracurriculares como simpósios, gincanas, viagens, encontros.
A ferramenta chamada Social Network and Perceived Social Support — SNaPSS tem como um dos objetivos captar de maneira fácil informações sobre a rede social e o suporte social percebido pelos pacientes com TEA. Essa avaliação engloba questões da vida acadêmica, vida diária e sociabilização.
O instrumento apresentado nesse artigo avaliou diferentes aspectos do suporte social de cada aluno, como, por exemplo, tamanho da rede de apoio (número de membros envolvidos), densidade (até que ponto as pessoas indicadas na rede conhecem uns aos outros) e centralização (localização do indivíduo nesta rede). As funcionalidades foram avaliadas a partir de como os indivíduos percebem ou recebem apoio de diferentes membros da rede.
As avaliações dos alunos são importantes não apenas para ajuda individual, mas podem contribuir para as instituições de ensino desenvolverem novas estratégias para melhorar a inclusão de alunos com TEA não apenas na vida acadêmica, mas também na comunidade universitária. Melhores recursos podem ser agregados e, ainda, tornar as redes de apoio efetivas nessa fase de transição.
Lei J, Ashwin C, Brosnan M, Russell A. Developing an Online Tool to Measure Social Network Structure and Perceived Social Support Amongst Autistic Students in Higher Education: A Feasibility Study. J Autism Dev Disord. 2019.
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