O assunto está por todos os lugares e não há como “escapar”. E, embora a realidade pareça assustadora, não devemos esconder de nossos filhos o que está acontecendo no mundo à nossa volta.
Sim, a COVID-19, provocada pelo novo coronavírus, é uma ameaça real, que já aflige nosso país e está presente em diversos estados, com predominância maior em São Paulo e Rio de Janeiro (até o momento em que escrevo este texto).
Então, surge a dúvida: se muitos de nós, adultos, estamos assustados com a proporção que a pandemia vem tomando, com fronteiras fechadas e populações “trancadas” dentro de suas residências, sem poder sair, como contar aos nossos filhos sobre o assunto?
E em relação às crianças e jovens com autismo? Como abordar o tema?
Use uma linguagem simples, de modo claro e objetivo, dependendo da faixa etária de seu filho e do grau de autismo dele. Pessoas com TEA se beneficiam muito de recursos visuais: por este motivo, use e abuse de vídeos, desenhos ou imagens que possam ilustrar a conversa de vocês.
Dê espaço para que a criança faça perguntas, caso as tenha. É importante que neste momento ela se sinta segura e esclarecida a respeito do assunto.
Não transmita pânico ou assuste seu filho, em hipótese alguma. Lembre-se que eles percebem nossa ansiedade, nossos receios e, da mesma forma, se angustiam e temem por aquilo que desconhecem.
Explique sobre a importância das medidas de higiene e prevenção. Uma boa dica é ajudá-lo neste momento de higiene, aproveitando para tornar o ato o mais lúdico possível.
Faça-o compreender que é importante nos cuidarmos por nós, mas também por todas as outras pessoas, principalmente os idosos. Neste momento, se desejar, use como exemplo os avós, ou qualquer outro familiar amigo próximo com mais idade.
Por fim, aproveite este tempo com seu filho para realizar todas as tarefas que nunca temos oportunidade para fazer e que estamos sempre postergando, deixando para depois: este “depois” é agora!
Leia com ele e para ele! Assistam a filmes juntos, comam pipoca, joguem jogos de tabuleiro, montem jogos de encaixe, ouçam música, dancem, cozinhem, criem novas receitas, arrumem a casa, ensine-o a lavar a louça, arrumem o guarda roupa, separem roupas para doação, liguem para amigos, pintem, desenhem, enfim, redescubram, juntos, o prazer de realizar atividades simples.
É o momento de novos hábitos, em que será necessário um esforço coletivo de todos para superarmos esta dificuldade que o mundo enfrenta.
Não podemos e nem devemos blindá-los da realidade que os cerca, mas é nossa tarefa tornar este enfrentamento e esta jornada mais tranquilos para eles, pois somos o “porto seguro” e a esperança de nossos filhos.
Façamos, pois, a nossa parte.
Denise Aragão.
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