Ao longo dos anos, o Transtorno do Espectro Autista tem sido envolto em muitos mitos, contradições e estereótipos.
Desde que, em 1943, Leo Kanner utilizou o termo autismo para se referir ao grupo de 11 crianças por ele estudado, diversas teorias e hipóteses já foram estudadas pela Medicina. Algumas equivocadas e totalmente infundadas, ao passo que tantas outras revelaram-se grandes e preciosas descobertas.
Apesar de o autismo ser uma condição para a qual (ainda) não existe “cura”, pesquisas recentemente conduzidas sinalizaram a possibilidade de “cura”.
Mas quando essa cura virá? Como acontecerá? Quais serão os autistas beneficiados? Muitas são as perguntas e, com certeza, ainda há muito a esclarecer, mas, sem dúvida, avanços outrora inimagináveis nesta área foram realizados.
E enquanto essa “cura” não vem?… Enquanto isso, acredito que se faz necessário voltarmos nossos olhares e esforços em busca de uma outra “cura”, tão importante quanto a anterior: a “cura da sociedade”.
E talvez, neste exato momento, você pode estar se perguntando: “Como assim… Curar a sociedade?”.
É incontestável que vivemos em uma sociedade adoecida. Julgamentos e preconceitos imperam por todos os lados, fazendo com que todo aquele que não encaixe no PADRÃO PRÉ-ESTABELECIDO seja colocado à margem da sociedade apenas porque é diferente.
Porém, nem todos nos “encaixamos” e nem devemos tentar nos “encaixar” nos padrões. Pensar “fora da caixinha”, ser diferente ou ter opiniões divergentes contribui para a troca de experiências e para a formação de uma sociedade mais empática.
Ações de conscientização são muito importantes e podem promover essa reformulação de pensamento. Aprender a ressignificar visões sobre conceitos pré-estabelecidos e exercitar a empatia, por exemplo, são peças-chave para o processo de inclusão social.
É preciso compreender que a convivência em uma sociedade inclusiva beneficia a todos (agregando aprendizado e amadurecimento), e não apenas àqueles que foram supostamente “incluídos”, pois a inclusão é uma via de mão dupla.
Portanto, torna-se fundamental olharmos para as diferenças com um outro ponto de vista, pois é inegável a enorme contribuição que a diversidade tem na construção de uma sociedade mais rica e plural.
Denise Aragão.
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