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Transtornos ansiosos na escola – Parte 20

 

MUTISMO SELETIVO

O mutismo seletivo consiste na incapacidade da criança de falar e se comunicar verbalmente em determinadas situações e que acaba por interferir em seu funcionamento acadêmico e social. Esse diagnóstico está presente em menos de 1% das crianças e os sintomas normalmente iniciam entre os três e cinco anos de idade. Comumente os quadros de mutismo seletivo estão associados ao transtorno de fobia social.

São crianças que apresentam sintomas de ansiedade na presença de pessoas de fora de seu círculo de confiança. São capazes de conversar normalmente com pais ou professores, mas em situações sociais, na presença de visitas ou de novos colegas e pessoas desconhecidas, por exemplo, tornam-se mudas, incapazes de responder a perguntas, incapazes de dialogar.

Algumas crianças com mutismo seletivo podem se comunicar nessas situações utilizando-se de gestos, movimentos com a cabeça ou sussurrando no ouvido de sua mãe, que serviria como interlocutor.

Assim como nos outros transtornos ansiosos, características genéticas e temperamento participam ativamente no desenvolvimento do problema e as intervenções terapêuticas são embasadas na terapia cognitivo-comportamental, psicoeducação e orientação de pais, familiares e professores.

Um princípio importante na terapêutica é a de que a criança irá se comunicar normalmente com todos, quando ela se sentir segura e confortável. Muitas vezes a utilização de medicamentos pode auxiliar no tratamento e cada caso deve ser avaliado individualmente.

 

 MUTISMO SELETIVO NA ESCOLA

– Incapacidade de falar e se comunicar verbalmente em determinadas situações;

– Muita ansiedade na presença de pessoas de fora de seu círculo de confiança;

– Torna-se muda na presença de estranhos, incapazes de responder a perguntas propostas;

– Comunicação através de gestos e movimentos com a cabeça apenas;

– Utiliza pessoa de seu círculo de confiança para verbalizar por ela.

 

CASO CLÍNICO

Márcia, 4 anos de idade, é uma criança encaminhada pela escola, localizada na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo relato da orientadora pedagógica, Márcia é uma aluna muito inteligente, apresenta ótimo desempenho acadêmico, entretanto não fala com as outras crianças.

A orientadora afirma que Márcia conversa normalmente com a professora e com apenas 2 crianças na escola. Ela fica muito ansiosa na presença de pessoas fora de seu círculo de confiança, torna-se muda na presença de estranhos e é incapaz de responder a perguntas propostas, por exemplo. Nessas situações, Márcia comunica-se utilizando de gestos e movimentos com a cabeça, negando-se a verbalizar com outras pessoas.

Segundo os pais, Márcia conversa normalmente com todos em casa, entretanto repete esse comportamento na presença de pessoas que não conhece profundamente.

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