Certa vez, realizei um atendimento médico domiciliar de um adolescente de quatorze anos de idade e me surpreendi com o que encontrei. O jovem se apresentava confuso, dizia que estava sendo vítima de uma conspiração de policiais do FBI e hackers internacionais interessados em matá-lo para roubar seus supostos arquivos secretos. Após investigação médica, descobri que o adolescente havia sido apresentado à maconha por um primo mais velho há dois meses no condomínio da Barra da Tijuca onde morava. O jovem foi devidamente medicado e iniciou tratamento. Mas o que realmente me surpreendeu foi a maneira rápida com que melhorou da sintomatologia apresentada. Apenas alguns meses após o início do tratamento pude concluir que se tratava de um transtorno psicótico induzido por maconha, ou psicose canábica. A “inofensiva” maconha, como defendida por alguns usuários, havia desencadeado os sintomas no adolescente.
Também chamada de baseado, erva, beck e marijuana, a maconha é atualmente uma das drogas mais consumidas entre os jovens e merece toda a atenção de pais e educadores. Trata-se de uma planta cujo nome científico é Cannabis sativa, um arbusto conhecido como cânhamo e que apresenta mais de sessenta substâncias denominadas canabinóides, sendo o Delta-9-tetrahidrocanabinol a substância com maior efeito psicoativo. Outras formas da substância podem ser encontradas no chamado Skank, maconha modificada geneticamente e que apresenta altas quantidades de Delta-9-tetrahidrocanabinol, sendo, portanto, mais potente que a maconha comum, assim como o haxixe, uma resina retirada dos caules, folhas e flores da planta Cannabis sativa. Seu preparo consiste na coleta dos brotos oleosos, com posterior maceração desses até formarem bolas ou tabletes endurecidos de aspecto verde-escuro. Os tabletes são misturados à maconha e fumados na forma de cigarros.
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