No Brasil, os estudos mais recentes revelam que o uso de maconha entre estudantes do ensino médio tem aumentado assustadoramente. De uma maneira geral, grande parcela dos jovens será exposta à maconha, seja na escola, no condomínio ou nas festas com os amigos da vizinhança. Essa importante droga de abuso está associada a consequências físicas e psicológicas relevantes e é considerada também por muitos centros de pesquisa como uma “porta de entrada” para outras drogas.
Receptores canabinóides existentes no cérebro são responsáveis pelas ações das substâncias psicoativas da maconha e um suposto neurotransmissor específico para os receptores canabinóides chamado anandamida parece exercer uma ação no organismo também. Entretanto, a maneira exata como a maconha age no organismo ainda não foi completamente esclarecida. Sabemos que existe uma grande quantidade de receptores da substância no cérebro, principalmente no córtex cerebral, no hipocampo, cerebelo e gânglios basais. As substâncias psicoativas da maconha consumida pelo usuário se ligam aos receptores localizados nas diferentes regiões do cérebro e essa ligação estimulará neurônios dopaminérgicos do sistema límbico, o que provoca uma maior liberação de dopamina no cérebro, fato este responsável pela sensação de euforia e prazer relacionados com o uso da droga.
Os efeitos no usuário de maconha ocorrem minutos após o uso e são caracterizados por cansaço, sonolência, letargia, risos imotivados, diminuição da atenção, relaxamento, sensações de bem-estar, aumento da percepção de sons, cores e paladar. Déficit cognitivo, perda da memória de curto prazo e déficit motores (prejuízos para dirigir um carro, por exemplo) ocorrem com frequência.
Uma das razões para esses prejuízos cognitivos está relacionada ao hipocampo, região do cérebro envolvida com a memória e rica em receptores canabinóides. Quando a maconha se liga aos seus receptores no hipocampo, há um prejuízo da memória, novas informações podem não ser armazenadas e informações antigas contidas no cérebro podem ser perdidas.
O conjunto de sintomas físicos característicos pode ser facilmente identificado por pais, familiares e professores atentos, como: hiperemia das conjuntivas (olhos avermelhados), tosse, aumento do apetite, boca seca, aumento dos batimentos cardíacos, falta de coordenação motora, retardo e lentificação dos movimentos corporais e piora generalizada do desempenho em atividades intelectuais e motoras.
A maconha é capaz de causar efeitos no sistema nervoso central e em áreas periféricas do organismo. Algumas pessoas podem apresentar a chamada bad trip, ou viagem ruim, sensações desagradáveis de medo, pânico, desconforto, náuseas, tonturas, ansiedade, angústia, prejuízos de memória recente e de atenção.
Devido a sua soludibilidade em gorduras, seus efeitos podem durar por até 24 horas, pois ocorre liberação lenta da substância que se encontra nos tecidos gordurosos do organismo.
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