OLÁ, AMIGOS! Afinal, quais são as causas desse grave problema de comportamento?
As principais hipóteses para o surgimento do transtorno desafiador opositivo estão relacionadas com uma origem multifatorial, envolvendo componentes biológicos e ambientais.
Quando falo em componentes biológicos, estou me referindo a uma possível herança genética, características herdadas pela criança que podem contribuir para essa condição comportamental, como temperamento impulsivo, baixo limiar de frustração, irritabilidade e disfunções em neurotransmissores serotoninérgicos e dopaminérgicos.
Os possíveis componentes ambientais envolvidos no diagnóstico do transtorno desafiador opositivo estão relacionados com métodos de criação parental, comportamento criminoso, alcoolismo e uso de drogas pelos pais ou responsáveis, negligência, falta de afeto e suporte emocional à criança. Além disso, alterações e complicações no desenvolvimento da criança, como prematuridade, complicações da gravidez e de parto podem participar como fatores de risco para o transtorno.
Quanto à questão dos padrões familiares de criação, dois estilos parentais se destacam e podem estar relacionados com o problema. Comumente observo crianças com este diagnóstico vivendo em lares onde os pais são permissivos e não dão limite aos filhos.
Veja um exemplo onde a criança exerce controle sobre as figuras de autoridade em casa: a mãe solicita ao filho que arrume seu quarto. Neste momento o filho tem um ataque de raiva, chorando, gritando e negando-se a arrumá-lo.
Assim, a mãe é coagida a retirar a solicitação de arrumar o quarto e, nesse momento, ela está reforçando esse comportamento desafiador do filho. Toda vez que ela fizer uma nova solicitação que o desagrade, este realizará o comportamento desafiador e de oposição, que será sempre reforçado toda vez que a mãe se desautorizar. Desta forma a consequência é um efeito “bola de neve” e a tendência natural é o agravamento e piora dos sintomas a cada dia.
Em contrapartida, também observo lares opressores e de normas demasiadamente rígidas. Nesse caso, a criança convive diariamente com a violência, agressividade, hostilidade e brigas dos pais, por exemplo. Essa criança pode assumir o comportamento dos pais como “normal” e levar essa conduta aprendida para o ambiente escolar. Ora, dentro de casa ela aprende que tudo deve ser resolvido “no grito”, com violência e agressividade. Assim, tentará resolver seus problemas de forma impulsiva, fazendo uso da força física, se opondo a regras e desafiando a autoridade de professores e demais funcionários da escola, por exemplo.
Dr. Gustavo Teixeira
Psiquiatria da infância e adolescência
Professor visitante do Depto. de Educação Especial – Bridgewater State University
Mestre em Educação – Framingham State University
Autor do MANUAL DOS TRANSTORNOS ESCOLARES (Ed. Best Seller)
Contato:www.comportamentoinfantil.com
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