TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) na infância tem início por volta dos dez anos de idade, acomete cerca de 1% das crianças em idade escolar, sendo mais precoce em meninos do que meninas. Dentre os adolescentes, aproximadamente 2% apresentam o transtorno. Uma vez que a genética é um grande preditor dos transtornos ansiosos, comumente encontramos história do transtorno obsessivo-compulsivo ou de transtorno de tiques na família do portador.
O TOC é um transtorno comportamental caracterizado pela presença de obsessões e compulsões. Obsessões são pensamentos persistentes, repetitivos, intrusivos e sem sentido que “invadem a cabeça” do paciente. A pessoa os reconhece como sem sentido, inadequado ou desnecessário, entretanto não consegue controlá-los. Podem apresentar-se sob a forma de repetição de palavras, frases, pensamentos, medos, números, fotos ou cenas e normalmente estão relacionadas com ideias de limpeza, contaminação, segurança, agressão ou sexo.
Compulsões são comportamentos repetitivos (lavar mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras, frases, números) que a pessoa se sente obrigada a executar em resposta a uma obsessão. Os comportamentos compulsivos visam prevenir ou reduzir o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida.
Essas obsessões e as compulsões normalmente consomem tempo (mais de uma hora por dia), interferem significativamente na rotina, no funcionamento social e acadêmico da criança ou adolescente e logicamente provocam muito sofrimento ao paciente.
Pessoas com o TOC podem apresentar obsessões, compulsões ou ambos. O portador normalmente entende que suas compulsões são desnecessárias e sem sentido, no entanto apresentam dificuldade em resistir a esse comportamento. No caso de crianças pequenas podemos observar compulsões sem obsessões e estas podem não reconhecê-las como algo problemático, apesar de identificarmos claramente os prejuízos emocionais e sociais provocados pela doença. Em outros casos, crianças e adolescentes podem esconder seus rituais até estes se tornarem tão intensos a ponto de serem descobertos.
Os sintomas do TOC podem mudar no decorrer do tempo: algumas crianças podem apresentar rituais de checagem ou verificação e no decorrer dos meses evoluírem para rituais de simetria, por exemplo.
É muito importante ressaltar que os sintomas não irão embora sem ajuda profissional e cerca de 50% dos adultos diagnosticados com o transtorno obsessivo-compulsivo tiveram o início dos sintomas ainda na infância ou adolescência.
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