Nós, mães de crianças, jovens ou adultos com deficiência, vivemos o que muitos chamam de “maternidade atípica”.
Não escolhemos ser “mães atípicas”… Talvez, quem sabe, tenha a maternidade atípica nos escolhido?
Essa é apenas uma dentre tantas outras perguntas que, provavelmente, jamais saberemos a resposta. Perguntas que há muito já deixei de fazer. Afinal, pouco importa “por que com meu filho?”, “por que eu?” ou “como seria se ele fosse diferente?”.
Aprendi que, na maioria das vezes, as respostas para essas indagações trazem ainda mais angústia e nenhum alívio, agregando mais dor aos nossos corações.
De uma forma geral, a maternidade sempre foi romantizada pela sociedade através dos tempos e a maternidade atípica não “escapou” dessa visão idealizada.
Assim, a ideia que muitos têm a nosso respeito é, geralmente, uma imagem equivocada, muitas vezes diferente da realidade.
Para citar alguns exemplos: geralmente, somos definidas como mulheres que sempre sabem lidar com a situação e que não cometem erros. Não restam dúvidas de que não medimos esforços na jornada em que empreendemos todos os dias, ao lado de nossos filhos, e, por esse motivo, somos, sim, guerreiras! Entretanto, por vezes, a cobrança é muito grande e, apesar de agirmos como “super-heroínas”, em muitos momentos rompendo nossos próprios limites, NÃO possuímos superpoderes!
Contudo, o julgamento adotado por algumas pessoas pode ser infinitamente mais cruel: a culpabilidade materna. Nos tempos atuais, ainda é possível encontrar pessoas que culpam as mães pelo autismo de seus filhos, por exemplo. É desumano imputar uma culpa como essa a uma mulher que já carrega sobre seus ombros uma grande responsabilidade, tamanha a quantidade de tarefas e papéis que precisa desempenhar.
Muitos ainda se esquecem de que, antes de sermos mães, somos mulheres e de que também devemos cuidar de nós mesmas, não constituindo pecado algum reservar um tempo para tratar da aparência, tomar um café com as amigas, praticar exercícios, investir em um novo curso ou hobby. Enfim, lembrar que existimos!
Como todas as outras mães, nós também sentimos medo; erramos; sofremos; rimos; choramos e, algumas vezes, precisamos de um ombro amigo para desabafar.
Durante muitos anos, fomos esquecidas pela publicidade. Éramos as “mães invisíveis”, aquelas que jamais apareciam nos comercias do Dia das Mães. Recentemente, essa situação mudou: já estamos minimamente representadas nos anúncios publicitários.
Assim, com pequenas (grandes!) conquistas, vamos, todos juntos, modificando a sociedade e, consequentemente, o mundo. É verdade que ainda há muito a realizar, muito a fazer, mas tenho certeza de que garra, disposição e coragem não nos falta!
Feliz dia das mães para todas nós!!!
–
“Feliz dia das mães para você!
Que mesmo quando está triste,
Não desiste, insiste,
Persiste, resiste!
E nos faz crer
Em um amanhã de luz, fé e esperança
Quando os homens serão iguais,
E neste tempo de bonança,
Onde seremos todos especiais,
Respeito, empatia e tolerância
Prevalecerão em todas as relações pessoais.”
Denise Aragão.
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